O Pastoreio do Touro
Quadro I – Procurando o Touro
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Diz o poema:
Desolado através da floresta, com medo, nas selvas, ele procura o touro e não encontra.
Para lá e para cá, grandes rios sem nome; nas profundezas dos ermos das montanhas ele segue muitas veredas.
Cansado de coração e corpo, continua sua busca por aquilo que não pode ainda encontrar.
De tardinha, ouve as cigarras cantando nas árvores.
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O touro, na realidade, nunca foi perdido.
Então, porque procurá-lo?
Tendo dado as costas a sua verdadeira natureza, o homem não pode vê-lo. Por causa de suas ilusões, ele perdeu o o touro de vista. Repentinamente, se acha confrontado por um labirinto de encruzilhadas. Desejos de ganhos e medos de perda sobem como chamas; ideias de certo e errado aparecem como punhais.
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O primeiro quadro reflete a condição de todo ser humano. Esqueceu a sua verdadeira natureza.
O touro, ou seja, a nossa personalidade, nunca esteve separada do verdadeiro espírito.
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Fonte: Revista Planeta, Zen-Budismo, número 136-A de Janeiro de 1984.